1. São características
da dissertação:
a)
Defesa de uma tese através da organização de dados, fatos, ideias e argumentos
em torno de um ponto de vista definido sobre o assunto em questão. Nela, deve
haver uma conclusão, e não apenas exposição de argumentos favoráveis ou
contrários sobre determinada ideia.
b)
Os eventos são organizados cronologicamente, com uma estrutura que privilegia
os verbos no pretérito perfeito e predicados de ação relativos a eventos que se
referem à primeira ou à terceira pessoa. Presença de enunciados que sugerem
ação e novos estados.
c)
Predominância de caracterizações objetivas (físicas, concretas) e subjetivas
(dependem do ponto de vista de quem as descreve) e uso de adjetivos. Os tipos
de verbos mais comuns na estrutura do texto são os verbos de ligação.
d)
Tipo textual marcado por uma linguagem simples e objetiva, sendo que um dos
recursos linguísticos marcantes desse tipo de texto é a utilização dos verbos
no imperativo, típicos de uma atitude coercitiva.
2. Analise o fragmento:
"Acho que não pode
haver discriminação racial e religiosa de espécie alguma. O direito de um
termina quando começa o do outro. Em todas as raças, todas as categorias,
existe sempre gente boa e gente má. No caso particular dessa música, não posso
julgar, porque nem conheço o Tiririca. Como posso saber se o que passou na
cabeça dele era mesmo ofender os negros? Eu, Carmen Mayrink Veiga, não tenho
ideia. Mas o que posso dizer é que se os negros acharam que a música é uma
ofensa, eles devem estar com toda razão."
(Revista Veja)
a)
A argumentação, desenvolvida por meio de clichês, subtende um distanciamento
entre o eu/enunciador e o ele/negros.
b)
A argumentação revela um senso crítico e reflexivo, uma mente que sofre com os
preconceitos e, principalmente, com a própria impotência diante deles.
c)
A argumentação, partindo de visões inusitadas, mas abalizadas na realidade
cotidiana, aponta para a total solidariedade com os negros e oprimidos.
d)
O discurso altamente assumido pelo enunciador ataca rebeldemente a hipocrisia social, que mascara
os preconceitos.
e)
Impossível conceber, como desse mesmo enunciador, essa frase: "Sempre
trabalhei como uma negra", publicada semanas antes na mesma revista.
Ø Leia
a informação seguinte:
A revolução digital
Texto e papel. Parceiros de uma história
de êxitos. Pareciam feitos um para o outro. Disse “pareciam”, assim, com o
verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação. Secular, a
união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o
pôr-do-sol a cada fim de tarde.
O texto mantinha com o papel uma relação
de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de
celulose. Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal
líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons. A mudança conduz a
veredas ainda inexploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de
enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita. E isso é bom. Quando nos
chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos,
o texto inunda de imagens a alma.
Em outras palavras: falada, a palavra
perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma
circulação de ideias que gera novos textos. A Internet é, por assim dizer, um
livro interativo. Plugados à rede, somos autores e leitores. Podemos visitar as
páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente arriscar textos próprios.
Otto Lara Resende costumava dizer que as
pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer,
brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta
qualquer dia desses”.
Não
sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto
estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico. O papel
começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do
papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma
página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla “enter”.
SOUZA,
Josias de. A revolução digital. Folha de São Paulo, São Paulo, 6 de maio de
1996. Caderno Brasil, p. 2.
3. Com base na leitura
feita, é correto afirmar que o objetivo do texto é:
a)
defender a parceria entre o papel e o texto como uma história de êxitos.
b)
discutir as implicações da era digital no uso da escrita.
c)
descrever as vantagens e as desvantagens da internet na atualidade.
d)
narrar a história do papel e do texto desde a antiguidade.
4.
Sobre o texto dissertativo, é correto afirmar que:
a)
Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se
observou. Tipo textual desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente
são mais importantes. Valorização do substantivo e do adjetivo, que ocupam
lugar de destaque na frase.
b)
Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e
até mesmo mesclando dados reais e imaginários. Apresenta uma evolução de
acontecimentos, ainda que sem linearidade ou relação com o tempo real.
c)
Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão
ser apresentados argumentos, provas e exemplos a fim de que se chegue a uma
conclusão para os fatos abordados.
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