Redação narrativa

Tema: Miséria

Título: De sonhos e latas

           Meu nome é Marinalda da Silva. Moro com meu pai José, minha mãe Maria e meus seis irmãos: Marineiva, Marivânia, Mareneide, Josenildo, Josué  e Josuel, em uma pequena casa de barro, na cidade do Rio de Janeiro. Meu pai trabalha catando latinhas para recilcagem e , outro dia, a professora disse lá escola que o Brasil é o país que mais recicla latas no mundo, cerca de 98% de sua produção. Quando eu disse isso a meu pai, ele ficou todo feliz por fazer parte desta realidade, já que ele é um catador de latas.

          Infelizmente, meu pai não é que mais lucra com a reciclagem destas latinhas, pois a cada 74 latinhas recolhidas, ele recebe o equivalente a R$3,00. Hoje foi um daqueles, meu pai voltou para casa todo triste e desanimado, pois não conseguiu recolher muitas latas, mas na semana que vem ele ficará mais animado, porque vai começar o carnaval aqui na cidade maravilhosa e, neste época, a renda da nossa família dobra e, meu pai consegue respirar aliviado por uns dias!

         Tem dias que minha mãe vai junto com ele e, mesmo assim, o trabalho não rende muito, então todos ficamos desesperançosos, afinal sabemos que faltará comida na mesa. O jeito é eu e meus irmãos apelarmos para a escola, pois sabemos que lá tem comida, o duro é ter que esperar até a hora do recreio.

       Meu paizinho diz que seu maior sonho é poder estudar meus irmãos e eu, para que não tenhamos a mesma vida que ele e minha mãe, só que eu acho que esse sonho dele é meio difícil de acontecer, porque a gente vai tão pouco para a escola. Na verdade, faltamos muito para a ajudar nas despesas de casa, eu mesma, já trabalhei até de babá, mas a dona teve que me mandar embora, pois denunciaram ela dizendo que eu ela tinha empregado uma menor de idade em sua casa.

       Sabe, eu também tenho um sonho; não é o mesmo que o do meu pai, mas envolve ele: Quando eu ganhar ma megasena, eu comprarei todas as latinhas do mundo para assim, meu paizinho poder arrecadar bastante dinheiro e respirar aliviado sabendo que não faltará mais comida na mesa da gente e que,  meus irmãos e eu não precisaremos mais faltar da escola.